GUIA: COMO CONSTRUIR SUA CASA EM 10 PASSOS

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Quem busca construir uma casa almeja tranquilidade e qualidade de vida. Os preços dos apartamentos só aumentam, enquanto os tamanhos das unidades só diminuem. Por este motivo, quem tem um lote começa a pensar duas vezes antes de se mudar de um apartamento para outro, ou seja, não quer mais trocar seis por meia dúzia.

Com a mudança nas relações de trabalho, cada dia mais pessoas não precisam bater ponto do outro lado da cidade, pois já são adeptas do regime de home-office (que, inclusive, tem efeitos  comprovados sobre a produtividade dos funcionários).

Existem, também, profissionais com jornada de trabalho diversa da tradicional “8h às 18h” e não precisam se deslocar nos horários de pico. Já alguns empresários, precisam estar nas sedes das suas sociedades apenas alguns dias da semana para eventos específicos e podem monitorar suas atividades remotamente.

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Por tais motivos, hoje em dia, morar em um condomínio ou bairro mais isolado e tranquilo não irá gerar dor de cabeça ou horas no trânsito, mas sim, uma boa desculpa para estar mais próximo da natureza e do convívio com a família. Além, claro, de evitar todos os estresses proporcionados pela vida nas cidades e pela falta de mobilidade de nossos grandes centros.

Enfim, por conta disso, montamos um passo a passo explicativo e bem ilustrado para você que deseja construir uma casa em um condomínio fechado. São 10 passos simples que, se executados nessa ordem, vão deixá-lo mais próximo do sonho de ter a sua própria residência e - o melhor - feita do seu jeito! Vamos lá?

 

1.               ESCOLHA DO TERRENO

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Se já tem um terreno, deve aproveitar essa vantagem e ir para o PASSO 2 – DOCUMENTAÇÃO PERTINENTE. Caso contrário, vamos explicar tudo agora.

INFRAESTRUTURA

Antes de tudo, busque um terreno numa área que goste e se sinta bem. Afinal, será lá que viverá boa parte da sua vida. Procure um condomínio que tenha o máximo de infraestrutura possível (pelo menos, energia elétrica instalada e alimentação de água própria). A proximidade com hospitais, escolas, faculdades, supermercados e farmácias também é um facilitador.

CURIOSIDADE: É comum os condomínios não possuírem redes de esgoto instaladas, mas orientarem os condôminos na construção de conjuntos sépticos.

DIMENSÕES DO LOTE

O lote padrão costuma ter em torno de 12x30m (largura x profundidade), ou seja, 360m2. Considerando que teremos, no máximo, 50% de taxa de ocupação (traduzindo: o quanto vamos ocupar no terreno), a casa teria por volta de 180m2 de área coberta, se fosse completamente térrea. Essa é uma boa dica para ter ideia do tamanho máximo da sua casa em relação ao tamanho do lote. Claro que a casa pode ser menor! Esse é apenas um parâmetro usual de ocupação máxima, visto que casas possuem generosos afastamentos frontais, laterais e faixas ajardinadas, o que lhes confere bem-estar e aconchego.

Quanto maior o terreno, maiores as possibilidades. Se tiver vista, melhor ainda. Procure lotes regulares para facilitar a implantação. Terrenos com dimensões irregulares dificultam a ocupação e, consequentemente, a construção.

DECLIVIDADE DO LOTE

O terreno plano é uma ilusão. Sempre terão pequenos aclives e declives.

O terreno plano é uma ilusão. Sempre terão pequenos aclives e declives.

Temos 3 tipos de terreno: em aclive, em declive e o plano. Na verdade, um terreno nunca é plano, ele sempre vai ter pequenos aclives e declives (alguns terrenos maiores dão a ilusão de serem planos, mas não são). Entretanto, é o mais fácil de implantar sua casa, visto que não terá custos elevados de movimentação de terra e contenção.

Então, vamos aos dois tipos restantes:

O terreno em aclive possui uma série de dificuldades para implantação e contenção.

O terreno em aclive possui uma série de dificuldades para implantação e contenção.

  • EM ACLIVE: é o terreno que “sobe” no sentido logradouro público – fundos do lote. Ele é mais alto que o nível da rua. Normalmente, é um terreno mais barato na hora da compra, pois oculta grandes gastos de terraplanagem e contenção. É preciso escavar o lote para implantar as rampas de acesso, a própria casa e fazer contenções para que fique segura. Além disso, suas visadas se voltam para a própria rua, local de mais movimento e barulho;

 

Quando falamos que um terreno em declive é o ideal, é porque ele permite visadas definitivas como nessa foto. (Projeto: Apiacás Arquitetos)

Quando falamos que um terreno em declive é o ideal, é porque ele permite visadas definitivas como nessa foto. (Projeto: Apiacás Arquitetos)

  • EM DECLIVE: é o terreno que “desce” no sentido logradouro público – fundos do terreno. Ele se encontra abaixo do nível da rua. É um terreno mais caro, mas o ideal para locais com vistas e mata. É possível economizar muito dinheiro, pois o terreno se descortina naturalmente para o seu fundo. Via de regra, há um aproveitamento maior desse tipo de lote, pois ele é voltado para o fundo da quadra, onde há mais silêncio e marasmo.

LOCALIZAÇÃO DO LOTE

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Uma dica que serve para lotes em áreas urbanas e de condomínio: busque sempre lotes no meio da quadra! Por que? Terrenos em esquina são mais movimentados e recebem o fluxo de duas vias. Se for no meio da cidade, será mais movimentado ainda. Também, possuem dois afastamentos frontais fixos, o que limita as dimensões da casa e deixa ela mais exposta aos transeuntes. Em condomínios fechados, busque lotes próximos a (não dentro de) Áreas de Preservação Permanente, Matas e quarteirões mais elevados, por conta das vistas.

 

2.               DOCUMENTAÇÃO PERTINENTE

A documentação inicial envolve a ESCRITURA e o REGISTRO DO IMÓVEL. O Registro do Imóvel é o documento mais importante, pois ele é que determina quem é dono e responsável pelas obrigações do lote. Um ponto de atenção é conferir se as medidas conferem com o prometido no Contrato de Compra e Venda (um topógrafo pode lhe auxiliar nisso, ver PASSO 3 – TOPOGRÁFICO).

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Outras documentações são as seguintes:

§     MATRÍCULA DO IMÓVEL: deve ser requerida no Cartório de Registro de Imóveis. Como, inicialmente, não existe construção, a matrícula é do terreno. A matrícula é necessária, por exemplo, para dar entrada no Anteprojeto/Projeto Legal junto à Prefeitura;

§     INFORMAÇÃO BÁSICA (CERTIDÃO DE INFORMAÇÕES) DO TERRENO: documento elaborado pela Prefeitura que orienta o terreno segundo seu Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo vigentes. Podemos ver qual o potencial construtivo do terreno e todas as suas restrições. Ele é que permite a viabilidade da sua construção e posterior aprovação. Para verificar todos os parâmetros desse documento, sugerimos a contratação de um Arquiteto.

Já os documentos abaixo se referem a etapas posteriores (PASSO 6 e 10, respectivamente). São eles:

* ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO: emitido após envio do Anteprojeto/Projeto Legal à Prefeitura. O arquiteto envia um jogo das pranchas aos órgãos responsáveis por fiscalizar e avaliar as novas construções. Após todos os procedimentos internos e correções necessárias é expedido o Alvará de Construção - ele é que autoriza o começo das obras no seu terreno. Caso as obras sejam iniciadas antes disso, o proprietário será notificado, multado e terá a obra embargada, ou seja, vai ter perdido tempo e dinheiro.

* HABITE-SE: após a conclusão da obra pela empreiteira, o proprietário deve solicitar a vistoria do imóvel pelo órgão responsável da Prefeitura. Este documento é a autorização da Prefeitura para a ocupação da casa construída. A vistoria verifica se a construção foi feita de acordo com o projeto aprovado.

 

3.               LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO (E SONDAGEM)

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Antes de solicitar um orçamento de projeto ao seu Arquiteto favorito, deve-se contratar um topógrafo para que ele obtenha as dimensões reais do seu terreno e seus desníveis. Com o levantamento planialtimétrico, saberemos a declividade do terreno, a orientação solar, seus platôs naturais, o nível de acesso em relação à rua e sua altura em relação aos vizinhos.

 Por que é importante ter o levantamento topográfico?

  • Seu lote pode ter sido invadido ou invadir área dos lotes vizinhos, causando muitos transtornos no futuro para regularização da situação;

  • A área pode estar diferente da matrícula e pode ser necessária a regularização perante os órgãos competentes;

  • A orientação solar é levada em conta na hora do projeto. Com melhor localização dos cômodos, temos quartos bons para dormir e salas boas para o convívio, sem calor excessivo ou áreas escuras propícias à formação de patologias advindas da falta de luz e umidade;

  • Implantação da casa nos seus platôs naturais, o que evita grandes cortes e aterros no lote;

  • Melhor estratégia para localização das vistas naturais e locação dos acessos à residência;

SOLICITAÇÃO DA SONDAGEM: colocado entre parênteses, pois é necessária em lotes em que sabemos ser difícil construir ou que, historicamente, os proprietários tiveram problemas nas suas fundações (gastos excessivos ou patologias aparentes). Basicamente, serve para orientar o projeto de fundação e evitar a previsão de alicerces subdimensionados.

 

4.               PROGRAMA DE NECESSIDADES

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 Com o TOPOGRÁFICO, o Arquiteto verifica as condicionantes naturais do terreno e suas potencialidades e, com a INFORMAÇÃO BÁSICA (CERTIDÃO DE INFORMAÇÕES), ele avalia as restrições que a legislação vigente aplica ao lote. Então, depois de enviar o topográfico e documentos para análise do Arquiteto, ele irá avaliar se seu projeto é viável naquele lote.

 Em caso positivo, ele irá apresentar uma PROPOSTA COMERCIAL para prestação de serviços. Com seu aceite e eventuais ajustes, um CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS deve ser firmado entre o proprietário e o Arquiteto; e o sonho começa a se realizar! O Contrato é muito importante, posto que protege ambas as partes (contratante e contratado), além de evitar problemas futuros.

 Após, o primeiro passo é realizar uma reunião para montarem juntos um PROGRAMA DE NECESSIDADES. É o que você quer ter na casa. Algumas perguntas serão respondidas nesse encontro, tais como:

  Quantas pessoas irão morar lá?

  • Qual o número de veículos?

  • Gosta de receber amigos ou é mais reservado?

  • Cozinha americana ou fechada?

  • Gosta de ambientes integrados?

  • Gosta de varanda e/ou alpendre?

  • Qual o número de quartos?

  • Qual o número de quartos de hospedes?

  • Quantos banheiros?

  • Quantas suítes?

  • Possui animais de estimação?

  • Terá área de lazer? Em caso positivo, no corpo da casa ou separada?

E mais uma infinidade de outras questões. Com isso, o Arquiteto terá um norte para a concepção da casa. Um exemplo de Programa de Necessidades é o seguinte:

  • Casa de 2 andares para 4 moradores;

  • Piso inferior: área social;

  • Piso superior: área íntima;

  • 3 quartos, sendo 2 semi-suítes e 1 suíte;

  • 1 lavabo;

  • Cozinha americana com jantar e estar integrados;

  • Espaço gourmet com churrasqueira.

 

5.               PROJETO CONCEITUAL (ESTUDO PRELIMINAR)

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Agora partimos para o projeto propriamente dito. Essa é a primeira etapa onde é definida a “cara” da casa. É um primeiro estudo que visa condensar todas as exigências do futuro morador com as limitações impostas pela legislação vigente.

Nessa etapa, o Arquiteto irá conceber o projeto completo da casa, definindo a distribuição dos espaços, setorização dos ambientes, circulações, fluxo de pessoas em ambientes privados e sociais. Vai definir, também, o estilo e estética da casa.

Imagens do Estudo Preliminar desenvolvido para Residência NL, localizada em Nova Lima-MG. Para ver outras imagens, clique AQUI

Imagens do Estudo Preliminar desenvolvido para Residência NL, localizada em Nova Lima-MG. Para ver outras imagens, clique AQUI

Através de uma apresentação com plantas iniciais e imagens foto realistas você será capaz de visualizar como ficará a sua casa. Em resumo, é uma etapa anterior ao envio para aprovação na Prefeitura Municipal e posterior emissão do Alvará de Construção.

 

6.               ANTEPROJETO (PROJETO LEGAL) PARA APROVAÇÃO NA PREFEITURA (E CONDOMÍNIO, QUANDO FOR O CASO)

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Após desenvolver as revisões solicitadas na fase anterior, passa-se à etapa que busca aprovar o projeto no condomínio (é exigência de alguns) e na Prefeitura Municipal (sempre exigido), com intuito de receber o Alvará de Construção e ter as obras autorizadas.

Muitos condomínios concedem isenções em suas taxas mensais para quem tem seu projeto aprovado na municipalidade, ou seja, mais um incentivo para fazer tudo dentro da conformidade. O projeto aprovado permite que se construa sem ter a obra embargada e, ao final da mesma, há a solicitação do HABITE-SE, ou seja, toda aquela área construída fica registrada no município para cobrança correta da taxa de IPTU e também no REGISTRO DO IMÓVEL de sua propriedade. Com isso, caso seja necessário vender a casa no futuro, você está em dia com todos os seus compromissos.

Nessa etapa, é desenvolvida a distribuição detalhada de todos os cômodos adequados à sua função e forma. Teremos dimensões cotadas dos cômodos, cálculo da área permeável, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, áreas de iluminação, tamanhos dos acessos e especificação dos afastamentos frontal, lateral e de fundos etc. Ou seja, os desenhos terão todas as informações pertinentes à análise dos órgãos reguladores, tendo em vista o Código de Obras e a Lei de Uso e Ocupação do Solo vigentes.

São esses desenhos que permitem a aprovação do projeto junto à Prefeitura Municipal. O tempo de aprovação do projeto é determinado pelos processos internos do órgão responsável da Prefeitura.

A partir do momento em que esse projeto for aprovado na Prefeitura, o proprietário já pode solicitar uma ESTIMATIVA DE CUSTOS TOTAL para as empreiteiras que pretende contratar. Também, pode utilizar o projeto aprovado para buscar o melhor financiamento para construção da casa no banco de sua preferência.

 

7.               PROJETO CONSTRUTIVO (EXECUTIVO E DETALHAMENTO)

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É o famoso “projeto para a obra”. O projeto, após aprovação nos órgãos da Prefeitura, é detalhado milimetricamente para orientar os empreiteiros na execução, e para a elaboração do orçamento discriminado da mesma.

PROJETO EXECUTIVO

Consta de desenhos técnicos referentes aos espaços criados, possuindo todas as informações necessárias ao desenvolvimento das obras pela empreiteira. Será também desenvolvida a compatibilização de outras disciplinas como o projeto Estrutural, Elétrico, Hidrossanitário etc. Com isso, mitiga-se a ocorrência de interferências negativas durante a construção.

Em resumo, é um projeto que considera todos as espessuras de blocos, revestimentos, instalações e estrutura. É o mais próximo que se pode chegar da realidade do canteiro de obras.

DETALHAMENTO

No projeto de Detalhamento, os desenhos do Projeto Executivo são ampliados a uma escala que possibilite uma melhor representação dos detalhes construtivos e soluções propostas. Teremos a ampliação das áreas molhadas, paginação dos revestimentos dos pisos e paredes, mapa de todas as esquadrias propostas, planta dos forros com locação das luminárias, detalhes de guarda-corpo, altura dos peitoris, detalhamento das bancadas e um quadro de especificação com quantitativo de todos os materiais, metais e louças especificados.

Para o início do desenvolvimento do PROJETO CONSTRUTIVO é preciso possuir:

  • Alvará de Construção emitido pela Prefeitura Municipal;

  • Todos os projetos complementares definitivos (Projeto Estrutural, Projeto Elétrico e Projeto Hidrossanitário, pelo menos). Normalmente, a empreiteira contratada já possui profissionais parceiros para elaboração de tais projetos;

  • Consolidação junto ao cliente das especificações de materiais de revestimentos e acessórios como tipos de louças, metais e fornecedores parceiros.

O PROJETO CONSTRUTIVO possui todos os detalhes necessários para realizar o ORÇAMENTO ANALÍTICO da obra. Esse é o mais preciso cálculo de custo de obra.

8.               ORÇAMENTO DA OBRA

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Hora de iniciar a tomada de preços de construção. Nossa dica é orçar com pelo menos 3 empreiteiras diferentes. Para avaliar os preços e entender bem a discriminação de tudo, é importante ter reuniões presenciais com todas e visitar obras já concluídas pelas mesmas.

O ORÇAMENTO ANALÍTICO só é possível de ser realizado quando o PROJETO CONSTRUTIVO está compatibilizado e definido. É o mais rigoroso e próximo da realidade. É aceitável uma margem de erro que varia de 1% a 5%, pois é feito a partir de composições de custos unitários para os serviços de cada etapa da obra, levando em consideração todos os insumos necessários à execução.

Além dos custos diretos, custos indiretos também são incorporados a esse tipo de orçamento. Os quantitativos adotados na planilha devem ser obtidos a partir dos projetos compatibilizados com a maior precisão possível.

Os preços unitários de cada serviço podem ser retirados de tabelas de referência ou por meio de pesquisa de mercado. Neste último caso, a pesquisa é feita com, pelo menos, três cotações, adotando-se como custo do insumo, o valor mediano obtido de tal pesquisa.

 

9.               OBRA POR PREÇO FECHADO OU ADMINISTRAÇÃO?

Nesse penúltimo passo, vamos detalhar as duas modalidades de contratação das empreiteiras.

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OBRA POR PREÇO FECHADO (OU EMPREITADA GLOBAL)

O “preço fechado” é o contrato mais prático e de maior risco que existe. O cliente paga um preço fixo e determinado e a responsável executa a obra de forma completa, da fundação até o acabamento.

Para que o contrato por preço fechado funcione bem, é fundamental o escopo da obra estar claro para ambas as partes e com os projetos compatibilizados. Qualquer alteração fora do contrato costuma sair mais caro para o cliente, exigindo aditivos e negociações desgastantes.

A principal desvantagem dessa modalidade é tributária! Como no Brasil temos a cobrança de vários impostos diretos (como PIS, COFINS e ISS), quando a empreiteira emite a nota fiscal para o cliente pagar, ela incluirá estes impostos sobre o seu preço, inclusive no que diz respeito aos produtos e serviços de subcontratados. Dessa forma, ocorre a cobrança de “imposto sobre imposto”, encarecendo a obra.

Outra desvantagem é que há um exagero nos custos, pois o risco é alto demais para a empresa contratada, que vai precisar arcar sozinha com todos os possíveis problemas, variações de preços e imprevistos para entregar a obra. É uma boa opção em épocas de economia estável, mas, infelizmente, isso não é muito comum no nosso país. Por isso, aconselhamos a modalidade a seguir.

OBRA POR ADMINISTRAÇÃO (OU PREÇO DE CUSTO)

Essa modalidade de contratação funciona da seguinte forma: a construtora executa a obra e exige uma taxa de administração que pode ser cobrada através da aplicação de um percentual (que varia de 10% a 20% conforme o tipo e tamanho da obra – quanto maior, mais barata) sobre os custos de materiais e mão de obra ou, ainda, através de uma remuneração fixa mensal. Daí o nome de contrato de “preço de custo”, porque o cliente sabe exatamente o custo de cada item da obra.

Isso quer dizer que quanto mais cara ficar a obra, mais a empreiteira ganha? Sim, esse tipo de contratação sofre muitas críticas por conta desse risco. Porém, a empresa não pode orçar a obra para passar um preço fixo final, seja pela falta de detalhes a serem resolvidos in loco e, também, por conta da variação do preço real ao longo do tempo.

Essa modalidade também tem suas vantagens. Por exemplo, se for necessário interromper os serviços, por algum motivo, na obra por administração, geralmente, não há penalidades. A empreiteira deixa a obra e recebe até onde executou e administrou.

Por ser mais transparente e ter menos riscos ao proprietário e à empreiteira, costuma ser a modalidade mais barata e, por isso, preferida para execução desse tipo de edificação.

 

10.           CONSTRUÇÃO

Após todos os projetos prontos, alvará emitido pela municipalidade e empreiteira contratada, vamos para a obra propriamente dita. Dependendo do porte da sua casa, a execução pode durar de 6 meses a 1 ano e meio.

A empreiteira é uma empresa regulamentada que fará a definição de cada etapa da obra, dentro das possibilidades financeiras do proprietário, e gerenciamento de todo material e mão-de-obra envolvida na construção. Deverá executar desde o fechamento, limpeza e organização do canteiro de obras até a finalização de todos os acabamentos, limpeza e entrega das chaves.

ATENÇÃO: Existe uma hierarquia dentro da obra que deve ser respeitada. O proprietário não deve dar ordens aos pedreiros ou ajudantes diretamente. Ao contrário, é recomendado falar com o gerente da obra (o Arquiteto ou Engenheiro responsável pela execução) e este repassará os pontos com o mestre de obras que, em ato contínuo, dará ordens aos pedreiros e seus subordinados. Caso não seja assim, poderá gerar duplicidade de informações, erros e retrabalhos, o que acarretará prejuízos ao bolso do proprietário.

O Arquiteto que concebeu todo o projeto também pode ser acionado para fiscalizar e acompanhar a obra, com objetivo de tirar dúvidas específicas dos profissionais e propor soluções. Normalmente, esse acompanhamento é contratado à parte e cobrado por hora. Esse é um fator que economiza tempo e dinheiro do proprietário e do empreiteiro, além de trazer maior segurança.

É importante seguir as etapas em sequência, para que não haja atropelos ou imprevistos.  Atenção para os seguintes pontos que devem fazer parte do Contrato de Gestão da Obra:

 O quê será feito, em quanto tempo e quanto custarão os serviços;

  • Modalidade acordada;

  • Garantias;

  • Emissão da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) junto ao CREA para execução da obra;

  • Responsabilidades das partes;

  • Documentos exigidos pelo condomínio;

  • Relação de profissionais que trabalharão na obra;

  • Relação dos materiais e quando serão comprados;

  • Seguros.

E, para finalizar, deverá ser definida cada etapa em uma reunião com o empreiteiro e acertado um cronograma físico-financeiro com a previsão de começo e término de cada etapa, bem como estipulado o orçamento por etapa, inclusive.

Lembre-se, também, de deixar os seguintes documentos sempre disponíveis para consulta do CREA, CAU e fiscais da Prefeitura no canteiro da obra:

  • Alvará de Construção emitido pela Prefeitura;

  • Cópia dos projetos aprovados na Prefeitura;

  • Cópia do Projeto Construtivo compatibilizado e complementares;

  • RRT (Registro de Responsabilidade Técnica) do projeto assinado pelo Arquiteto e pelo proprietário;

  • ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) da execução da obra assinado pelo Engenheiro/Arquiteto da empreiteira e pelo proprietário;

  • Placa de obra com todas as informações pertinentes.

Agora, vamos falar sobre as etapas da obra em si. Deve ser dividida em dois grandes momentos:

1ª FASE DA OBRA

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É a etapa mais bruta. A empreiteira vai realizar o fechamento do canteiro de obras com tapume, fazer toda a limpeza, removendo mato, pedras e entulhos e solicitar a ligação de água e energia no terreno. Os muros laterais e dos fundos serão verificados e executados.

A obra será demarcada e locada, ou seja, os eixos da construção serão realizados com linha de pedreiro, estacas e piquetes e, em seguida, a escavação do terreno para realizar as fundações da casa.

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Depois disso, segue a concretagem das fundações e da estrutura da casa. Ou seja, ficará tudo preparado para receber as vedações de alvenaria.

2ª FASE DA OBRA

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É a etapa que a obra toma forma aos seus olhos. Serão feitos os fechamentos em alvenaria e a construção da estrutura do telhado, fechamento da cobertura, instalação de portas e janelas. Em seguida, serão executadas as instalações elétricas, alimentação de água, esgoto etc. Para finalizar, são instalados os pisos e revestimentos de paredes, e realizadas a pintura e a limpeza da obra.

Após o final desta última etapa, a obra é limpa e você recebe as chaves da empreiteira e solicita a vistoria da Prefeitura para receber o HABITE-SE.

PARABÉNS!!!

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Agora é só curtir o conforto e a tranquilidade da sua casa! Bom proveito!

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RESUMO DO GUIA: COMO CONSTRUIR SUA CASA EM 10 PASSOS

 1.     ESCOLHA UM TERRENO em um condomínio com infraestrutura instalada, contato com a natureza, vistas, de preferência, plano ou em declive, com dimensões regulares e no meio da quadra;

2.     Tenha em mãos toda a DOCUMENTAÇÃO pertinente ao seu imóvel;

3.     Solicite um LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO do terreno;

4.     Envie os documentos para que o Arquiteto analise a legislação vigente e as condicionantes naturais. Contrate o Arquiteto para o desenvolvimento do Projeto Arquitetônico Completo. Inicialmente, vocês criarão juntos um PROGRAMA DE NECESSIDADES da futura residência;

5.     Será apresentado um PROJETO CONCEITUAL com ideias iniciais para aprovação e que será detalhado posteriormente;

6.     Quando tudo estiver ajustado, autorize o envio do ANTEPROJETO/PROJETO LEGAL à Prefeitura Municipal para análise e posterior emissão do Alvará de Construção;

7.     O PROJETO CONSTRUTIVO (Projeto Executivo/Detalhamento) é autorizado e desenvolvido;

8.     Após a conclusão dos Projetos Completares e sua compatibilização com o Projeto Arquitetônico, é hora de solicitar o ORÇAMENTO ANALÍTICO da obra por 3 empreiteiras distintas;

9.     Feche o Contrato de Execução da Obra com a empreiteira na modalidade “OBRA POR ADMINISTRAÇÃO” (ou “Preço de Custo”). Contrate o seu Arquiteto, também, para fiscalizar e acompanhar a obra com certa frequência, para tirar eventuais dúvidas dos empreiteiros;

10.  Inicia-se a CONSTRUÇÃO da casa. O terreno é fechado, limpo e seus alicerces são executados. Depois da execução da estrutura, a construção é vedada com alvenaria. Seguem as instalações, revestimentos e pintura. Quando concluir os serviços e a limpeza, solicite a vistoria do imóvel pela Prefeitura para obtenção do Habite-se. Pronto! É hora de aproveitar a SUA casa!